#EspecialCriança- Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos.


Autor: José Mauro de Vasconcelos

"A história de um meninozinho 
que um dia descobriu a dor..."

No mês das crianças, que tal uma boa indicação de leitura?

Narrado pelo pequeno Zezé, o livro transmite inocência e leveza. Na trama, a criança é membro de uma família muito pobre e  numerosa. Por ser muito peralta e estar sempre envolvido em travessuras, ele é alvo constante de palavras afiadas e surras impiedosas. O refúgio de tanta hostilidade ele encontrou em dois grandes amigos: O primeiro, obra de sua cabecinha imaginativa no auge dos seus cinco anos, tornou o pequeno pezinho de laranja lima um querido confidente; o segundo, de carne e osso, foi o responsável por ensinar ao menino desiludido que a ternura faz a vida valer a pena. 


"Agora sabia mesmo o que era dor. Dor não era apanhar de desmaiar. 
Não era cortar o pé com caco de vidro e levar pontos na farmácia.
Dor era aquilo, que doía o coração todinho, que a gente tinha que morrer com ela, 
sem poder contar para ninguém o segredo. Dor que dava desânimo nos braços, na cabeça, 
até na vontade de virar a cabeça no travesseiro."

O Zezé é uma personagem incrível! Super inteligente e precoce, o garotinho tem uma postura muito especial diante das limitações da pobreza. Além disso, como um menino saudável e esperto, ele é absolutamente arteiro e apaixonanteBasta ler um pouco para entender toda carência afetiva/material/social que o menino teve que suportar com tão tenra idade. É doloroso acompanhar como sua visão colorida e sonhadora de um mundo de possibilidades vai sendo tomada pelos dissabores, a perda da inocência infantil e a dureza da realidade. 

Poucos sabem, mas o livro é basicamente auto- biográfico. O Zezé é o retrato da infância miserável de José Mauro de Vasconcelos. Contudo, é impossível saber até que ponto a história corresponde fielmente a realidade. O autor falecido nos anos 80, jamais revelou se o "portuga" realmente existiu. 

Bem longe de ser um lançamento, a obra publicada em 1968, foi traduzida para dezenas de idiomas e adaptada para cinema, teatro e TV. É possível que muitos de vocês já conheçam a obra tão bem quanto eu. Mas se não for o caso, por favor, LEIAM! LEITURA OBRIGATÓRIA MESMO! Encarem isso como uma ordem. E vale tudo: Livro de sebo, de biblioteca, emprestado, doado, livro em  formato digital... Só não vale deixar de ler. 

Além das duas novelas, do filme e das peças teatrais, esse ano está sendo lançada mais uma adaptação para as telonas. Ainda não assisti nada, mas pretendo conferir e em seguida compartilhar com vocês.


"_POR QUE CONTAM COISAS ÀS CRIANCINHAS?
A verdade, meu caro portuga, é que a mim 
contaram as coisas muito cedo."

Então fica a dica de leitura para toda a família. E vale lembrar que é bom deixar uma caixinha de lenços preparada. Definitivamente, um livro para chorar.

4 comentários:

  1. A minha mãe nunca foi de ler, mas ela sempre falava desse livro que ela leu quando era criança, tenho vontade de ler, mas ainda criei vergonha na cara rsrs tenho que fazer isso logo já que você mandou!
    Beijos

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  2. este livro é lindo demaaaaaaaaaaaaais, eu amo amo amo amo amo amo amo amo mil vezes . marcou minha vida com certeza

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  3. Querendo chorar por achar uma resenha recente desse livro. Eu acho que já o li umas 3 vezes, durantes fases diferentes da minha vida, mas nunca deixei de gostar.
    Quando soube que era um livro quase auto-biográfico, fiquei meio em choque, por conta de algumas coisas que ele passou. E, de fato, sempre quis saber até que parte a coisa toda era fantasia. Devo dizer que o jeito com que o Zezé fala com o pai no final do livro, sempre me deixou com uma pontadinha de raiva. Afinal de contas, ainda era o pai dele! Mas não podemos culpar uma criança, ainda mais no estado de pobreza em que viviam...
    É um livro realmente lindo e com certeza uma leitura obrigatória para todos.

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  4. Leeh, então passamos por quase as mesmas emoções, exceto quanto ao tratamento do pai, no final. Eu chorei rios quando o pai surrou o menino, então o tratamento final não me comoveu tanto. Acho justificável, Zezé tinha o direito de sofrer pelas coisas que ele passou sendo tão jovem.

    Pena que nunca saberemos ao certo até que ponto o livro foi um retrato da realidade do autor, né.

    Adriana, leia. É um clássico lindo e triste. Vale a pena.

    Débora, me marcou tb, com certeza.


    Obrigada pelos comentários!

    BjoO
    Pri

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